quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OLHE NOS OLHOS DELA!




Por Edna Palladino

Um casal se desentende  bem antes de se casar.  A julgar pelos sintomas, caso eles se casem, logo, logo já estará muito pesada a carga do casamento. Posto que se em lenho verde (namoro/noivado), eles agem assim, como não agirão então no lenho seco do casamento?

Ela faz repetição transferencial  com ele: quando ele fala um pouquinho mais alto, ela que viveu a ausência do pai e presenciou a grosseria dele com a mãe a vida toda,  sente toda a emoção do passado revivida nas questões com o noivo.
É como se ela entrasse  num quarto escuro, sem porta, sem tomadas pra ascender as luzes, sem janelas...

Pergunto ao futuro marido: com certeza você deseja tirá-la desse lugar sem consciência, não é mesmo? Ele diz: claro! Então eu retomo: o que faz quando ela chora e reclama do tipo de tratamento que você oferece a ela? Ele: fico sem paciência, falo com ela ainda mais alto, fico nervoso! Eu: pois é, se quer entrar naquele quarto escuro do sofrimento dela, sabendo que não há portas, nem tomadas, a única maneira de tirá-la de lá é mudar sua forma de falar, e mesmo assim, quando ela se sentir ameaçada por sua fala, olhe dentro dos olhos dela e diga: desculpe, eu não me fiz entender bem, vou tentar novamente...

Alguns cônjuges não se encontram diferenciados da família de origem, seus contatos familiares são cheios de ansiedade e sem capacidade de fazer a separação do que é seu e do que é do outro. Enquanto que uma pessoa relativamente diferenciada terá níveis de ansiedade reduzida e bons contatos emocionais entre os pais e as famílias de origem.

Fará toda a diferença os cônjuges conhecerem a si mesmos, sem medo de se mostrarem como realmente são, sabendo que são os cuidadores um do outro. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário